Documento obtido pela ESPN Brasil teria proposta de adiantamento de cota de participação para clube desistir de ação na Justiça Desportiva e Justiça comum.

A Confederação Brasileira de Futebol ofereceu 4 milhões de reais à Portuguesa na semana passada para que o clube aceite jogar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2014, segundo informações do canal ESPN Brasil. A emissora divulgou neste domingo a existência de um documento com uma proposta feita pela CBF de adiantamento da cota por participação no campeonato. A quantia seria devolvida em 2015, em dez parcelas.

Ainda de acordo com a emissora, a proposta de acordo condiciona o repasse à desistência, por parte da Portuguesa, de qualquer ação na Justiça Desportiva e também na Justiça comum. O clube, porém, já teria decidido recusar os 4 milhões de reais e seguir sua briga para permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro. A diretoria da Lusa, recentemente eleita, entende que deve lutar pela manutenção na elite.

O caso – A Portuguesa chegou a comemorar a 12ª colocação no último Campeonato Brasileiro, que a livrava do rebaixamento, mas a escalação do meia Héverton no jogo contra o Grêmio, pela última rodada do Brasileirão, foi considerada irregular. O jogador estaria suspenso por causa de uma expulsão, mas a Portuguesa alega que a decisão só foi publicada no site da CBF um dia depois da partida.

Punido com a perda de quatro pontos, o clube terminou a competição na zona da degola. Com isso, o Fluminense, que seria rebaixado, ganhou sobrevida na primeira divisão.

Assim que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) chegou à sua conclusão definitiva, começaram as ações de torcedores na Justiça comum. O Tribunal de Justiça de São Paulo deu parecer favorável a eles, o que voltou a deixar a situação do Brasileirão de 2014 indefinida. Na última quarta-feira, porém, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar determinando que a CBF cumpra a decisão do STJD, que prevê o rebaixamento da Portuguesa.

A situação preocupa bastante a CBF, especialmente em ano de Copa do Mundo no Brasil, porque a Fifa não permite que questões esportivas sejam resolvidas na Justiça comum, sob ameaça de desfiliação. Essa seria uma das motivações pela proposta supostamente entregue à Portuguesa.